E do auge da correria, dos esbarrões e máscaras, ele levanta os olhos do papel
Metade do corpo ainda sentado, concentrado no desenho e nas letras recém-aprendidas; a outra metade, já homem-aranha, já quase-correndo pro pega-pega. Parou inteiro e sério nos seus seis anos:
- Tia, como desenha um minuto?
- Como assim? Com quais letras se escreve?
- Não, tia! Um minuto. Eu não quero escrever a palavra, eu quero desenhar o minuto. Como é?
O minuto dele, metade João, metade homem-aranha, me valeu a semana inteira. E eu repasso o desafio: como se desenha um minuto?
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