quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Quando a cabeça descobre

os tamanhos do mundo

e a infinidade dos laços, troncos e frutos possíveis. Dá um medo de sair subindo essa floresta toda afora

Dá uma saudade louca de raiz!

Inquietação

E do auge da correria, dos esbarrões e máscaras, ele levanta os olhos do papel

Metade do corpo ainda sentado, concentrado no desenho e nas letras recém-aprendidas; a outra metade, já homem-aranha, já quase-correndo pro pega-pega. Parou inteiro e sério nos seus seis anos:

 - Tia, como desenha um minuto?
 - Como assim? Com quais letras se escreve?
 - Não, tia! Um minuto. Eu não quero escrever a palavra, eu quero desenhar o minuto. Como é?

O minuto dele, metade João, metade homem-aranha, me valeu a semana inteira. E eu repasso o desafio: como se desenha um minuto?